sexta-feira, 15 de julho de 2011

Reportagem fotográfica: sequência em Lloret de Mar

¡Hola! ¿Qué Tal?

Eis aqui minha segunda atividade prática de fotografia.
Cubrir calquier evento de una jornada mediante una serie de 6-10 imágenes. Ou seja, a missão era a de registrar qualquer tipo de evento, situação corriqueira ou algo programado. Não importa a relevância do tema, o que importa aqui é a conexão factual e cronológica entre as imagens.

Observe, primeiro, as imagens, depois explico como foi o processo de produção da sequência.












Diferenciando-se da avaliação anterior, essa foi bem positiva mesmo sendo o tema escolhido, banal. Isso não importou já que o "evento" foi bem explorado, segundo o professor. Para ele, as fotos 1, 2, 4, 5 e 10 foram as melhores executadas. A primeira inicia bem a sessão e poderia ser também a última foto, como se os personagens estivessem voltando da praia e retirando seus pertences do carro. Enfim, a foto 1 inicia e fecha a sequência, fazendo dela uma chave para um suposto ciclo de acontecimentos.

A foto 2 mescla o movimento dos personagens com a inércia do tráfego. Na foto 4 o ponto positivo é a "não obviedade". Ao invés de mostrar as pessoas tirando as roupas para deitarem na areia de praia, mostro os pertences todos já no chão. Enquanto isso, na quinta o foco nos objetos dos personagens diz um pouco mais de suas personalidades. Já na última fotografia os detalhes no traje da pessoa à esquerda dá um ar que contrasta completamente com um típico "praieiro".

Para produzir a sequência de 10 imagens, aproveitei um dia de ida à praia com dois amigos espanhois com os quais divido apartamento em Barcelona e a irmã de um deles. Fomos a Lloret de Mar, um povoado a aproximadamente 75km de distância da capital catalã. Nativos da região, primos de um dos amigos, foram conosco a praia que estava um pouco cinza já que o céu não estava exatamente azul. Sentiu a falta de alguém no mar? Eu também. Sinto muito, mas nenhuma das fotografias que tirei teve um bom resultado. Quem sabe na próxima.

É isso. That's it. Eso es todo.

¡Hasta la vista!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Imágenes de los Pioneros de la Fotografia Documental (1837-1936)

¡Hola!

Com o objetivo de registrar um pouco do que tenho estudado durante o curso de Fotoreportaje, vou descrever os temas que abordamos nas primeiras aulas.

Definición del gênero. Reportaje versus Documental - discutimos os conceitos de ambos os estilos fotográficos. A fotografia documental é mais ampla, abrange outros modos de se documentar uma situação além da fotografia de reportagem. Essa, por sua vez, é responsável por traçar uma narrativa através de uma sequência de imagens que respondam aos 5W (explicado no post anterior).
Las 5W. Objetividad y subjetividad en la práctica del reporterismo.
Pase comentado de imágenes de los Pioneros del Documental (1837-1936) - Pelo nascimento da fotografia muitos movimentos artísticos surgem porque a pintura deixa de ter a necessidade de retratar a realidade, já que as câmeras agora fazem isso. Como representantes desse período os seguintes fotógrafos foram citados:

- Edward Sheriff Curtis: norte-americano (1868 - 1952) reconhecido por ser responsável por grande parte da memória fotográfica dos índios nativos dos EUA. Seu intenso trabalho dedicado ao tempo é discutido até hoje. Após sua morte, o The New York Times o descreveu como "internacionalmente conhecida autoridade sobre a história dos índios do país";


- Jacob Riis: jornalista e fotógrafo dinamarquês (1849 - 1914) que emigrou de sua terra para os EUA e se tornou um marco na defesa dos trabalhadores de baixa renda e no registro do cotidiano dos imigrantes no país. Descrito como reformador social, "sensacionalista" jornalista e fotógrafo documentarista social;


- Lewis Hine - sociólogo e fotógrafo norte-americano (1874 – 1940) cujo trabalho de reforma social teve como instrumento uma câmera. O legado de imagens de exploração do trabalho infantil deixado por ele é vasto e reconhecido em todo o mundo, o que ajudou na alteração de leis na época;


- August Sander: fotógrafo alemão (1876 - 1964) inserido na rotina do exército alemão e que foi um marco na história da fotografia por produzir com destaque retratos durante o nazismo alemão. Deixando um legado de mais de 40 mil fotos, uma coleção com sete volumes chamada Citizens of the Twentieth Century foi publicada em inglês, francês e alemão. Nela, retratos acompanhados de dados históricos e sociais dão uma mostra do que foi o trabalho de Sander;


- Walker Evans: de origem norte-americana(1903 – 1975), esse fotógrafo é conhecido principalmente pelo seu trabalho de documentação da Grande Depressão.


¡Hasta las próximas lecciones!

sábado, 9 de julho de 2011

"No quiero excusas, solo buenas fotos"

Barcelona + sol + amigos + fotografia + verão + arte + arquitetura + histórias = meu segundo intercâmbio

Olá, internautas!

Depois de muito tempo sem postar textos livres (isso é: sem critérios jornalísticos), volto para descrever o curso de verão que estou fazendo em Barcelona - Espanha para uns, Catalunia para outros. Divergências políticas à parte, vou postar aqui a primeira atividade prática que desenvolvi nas minhas primeiras aulas de Fotoreportaje (Foto Reportagem) com comentários feitos pelo professor Rafael Badia, que leciona na escola Ruido Formacíon. O curso tem a duração de um mês.

Eis um rápido perfil do mestre, publicado no seu blog Días Prosaicos que, aliás, vale à pena ser conferido: "Fotógrafo, editor gráfico y profesor de fotografía. Nacido en Tenerife, vive en Barcelona desde 1994. Ha publicado un libro de imágenes y poemas sobre la capital catalana, 'A Barcelona' (Ed. Arola, 2009). Forma parte del colectivo de fotografía urbana 'Calle 35'."

Importante dizer: o motivo de eu ter escolhido esse curso foi que depois de um ano viajando por países europeus, fotografando gente, paisagens naturais, cidades, eventos e cotidiano, percebi que meu olhar estava viciado e sempre registrava as situações da mesma forma, apenas mudando o objeto em foco e o cenário. As cenas continham sempre as mesmas gramas de minha identidade. Nada melhor, então, que um curso de Foto Reportagem para me inspirar e me fazer enxergar o que há de mais belo ou mais feio (interessante sempre) em uma situação, já que nesse tipo de fotografia, tudo pode ser registrado. Tudo!

Primeira prática: fotonotícia.
Registrar em apenas uma imagem, um fato. A fotografia deve conter os 5W, as cinco respostas para as perguntas what?, who?, when?, where? e why?. Em portugês, o quê?, quem?, quando?, onde? e por quê?.



Produzi a foto acima porque entrei no clima das liquidações de verão da Espanha, as famosas rebajas (em castelhano) ou rebaixes (em catalão). Um perigo para qualquer orçamento, aviso! Registrada em uma feira livre chamada Els Encants, tem como foco principal o baixo preço anunciado. Os clientes em movimento, ao fundo, representam o resultado positivo da promoção. A verdade é que essa feira já é barata em dias comuns, mas o valor em destaque, segundo o vendedor, é parte das ofertas da estação. Ainda não sei se acredito ou não nele, mas, está aí minha proposta imagética.

Trocando em miúdos:
O quê? Rebajas
Quem? Nesse caso, não são as pessoas o objeto principal, mas o preço em destaque.
Quando? Em qualquer dia da primeira semana de ofertas.
Onde? Mercadillo Els Encants (Feira Os Encantos, em livre tradução de catalão para português)
Por quê? Promoções como essa são parte já da sociedade espanhola, que as aguardam e desfrutam, movimentando os negócios do país.

Mesmo concluindo que está demasiadamente fechada, a fotografia poderia ser incluída em uma reportagem como fotografia de complemento, não como a principal, de acordo com o professor. Caso fosse mais aberta, mais pessoas poderiam ser enquadradas demonstrando melhor que a oferta foi bem sucedida. Posso dizer que a foto teve uma avaliação media. Não há nota, mas diria que levei um 4, entre 1 e 10. Nada bom, mas interessante para que eu reflita sobre o que a foto poderia ter sido e não foi.

Afinal, como é dito nas redações da Espanha e como o professor gosta de frisar: "No quiero excusas, solo buenas fotos." Okey dokey! Recado entendido.

Hasta luego!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Obama visita suas raízes irlandesas e deixa palavras de esperança à nação

Para rever seus antepassados e reafirmar a amizade entre os EUA e a Irlanda, o presidente norte-americano visitou, ontem, o primeiro país europeu na última viagem à Europa antes das próximas eleições em que tentará mais um mandato. Na capital, Dublin, ele discursou para 100 mil

Dimas, de Dublin.

"Meu nome é Barack Obama, de Moneygall O'Bamas. Estou aqui para encontrar o apóstrofo que perdemos pelo caminho". Fazendo menção às suas raízes no país – e a retirada do sinal na escrita do seu sobrenome irlandês –, o presidente dos Estados Unidos da América iniciou discurso histórico em Dublin, capital da Irlanda, no início da noite de ontem. Na sua passagem, de um único dia, ele pôde conhecer a cidade de onde o avô do seu avô saiu, em 1850, em direção aos EUA fugindo da crise da fome, além de levar palavras de esperança e coragem ao país, que enfrenta uma profunda crise econômica. Esse foi o primeiro dos quatro países que o líder visitará até a próxima segunda-feira.


Apresentado pelo primeiro-ministro Enda Kenny e acompanhado da esposa Michele, Obama falou a cerca de 100 mil pessoas por 24 minutos, sempre focando na relação histórica entre EUA e Irlanda. O discurso foi torneado pela histórica relação entre os países, enfatizando a “eterna amizade” entre eles. Em momentos de intensa valorização da contribuição irlandesa para a construção e desenvolvimento dos EUA, ele chegou a dizer que “uma nação tão pequena nunca havia inspirado tanto outro país. Assinaturas irlandesas estão em nossos documentos. Sangue irlandês foi derramado em nossos campos de batalha. Suor irlandeês construiu nossas grandes cidades." A visita teve um tom maior de celebração e fraternidade que de acordos ou discussões profundas. Sonda-se que o evento pode ter sido organizado como parte de uma pré-campanha para se aproximar dos mais de 40 milhões de descendentes de irlandeses (estatística oficial do governo dos EUA) que vivem em solo norte-americano e, assim, conquistar a simpatia e posterior voto deles.



Sua fala pública foi o ponto alto da viagem do presidente à Irlanda, onde também se reuniu com a presidente Mary McAleese, participou de alguns eventos sociais e visitou Moneygall, um pequeno vilarejo por onde passa sua árvore genealógica. Lá, ele foi recebido por um primo que o apresentou a alguns familiares. Com as lideranças irlandesas foram discutidos temas como a utilização de um dos aeroportos do país pelos EUA, o papel das forças de paz da Irlanda no Afeganistão e do resgate econômico do país, ajuda oriunda da União Européia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).


"Obviamente, não é apenas uma questão de interesses estratégicos. Não é apenas uma questão de política externa para os Estados Unidos, já que carregamos com a Irlanda um laço de sangue", disse Obama. "Para milhões de irlandeses-americanos este continua a simbolizar a pátria e as extraordinárias tradições de um povo extraordinário", completou.


O discurso foi o último compromisso oficial do presidente americano no país, cuja capital sofreu, na última semana, a maior intervenção por uma operação de segurança de sua história face à visita. Logo após o evento, Obama seguiu em direção a Londres, antecipadamente, em função de um possível fechamento, amanhã, do espaço aéreo do país, devido às cinzas que o vulcão islandês voltou a lançar dias atrás. Encontros com líderes da Inglaterra, Escócia, Rússia, França e Japão estão agendados para os próximos dias. Essa é a última viagem do presidente à Europa em seu primeiro mandato.

*matéria originalmente publicada em 25.05. 2011 na Tribuna da Bahia (com modificações)
*fotos dos jornais Irish Times e The Independent