domingo, 30 de maio de 2010

As primeiras semanas em Dublin

Duas semanas de vácuo por aqui, hein? Mas estou de volta, agora com laptop próprio, pra contar minhas peripércias. Hoje, completo três semanas em solo irlandês. Ainda estou na fase das primeiras descobertas, mas já estou me acostumando com a cidade, com as pessoas e com o clima. Com esse último, ando mudando meus referenciais. Afinal, aqui ja é verão!!! Um verão com vento frio, com águas praieiras geladas, mas um verão!

Ao lado do Spire, na O'Connell Street.

Burocracias irlandesas e mudança de lar
Ao chegar em Dublin, já tinha um abrigo certo. Como um amigo meu (Álax, mais conhecido como Teflon) veio um mês antes para cá, pedi que ele acertasse um lugar para eu ficar por duas semanas - período mínimo de estadia inicial indicada. Se fechasse isso com a agência que intermediou minha vinda, pagaria o dobro do preço para ficar em host family, residência familiar irlandesa. Fui morar com um paulista (José Carlos) e uma baiana (Anne). Ela, aliás, é uma soteropolitana que tem quase uma dezena de amigos em comum comigo no Orkut. Esse mundão é um mundinho mesmo.

A tal acomodação fica em Dublin 4, localizada há 15 minutos (de ônibus) e 40mins (a pé) da rua principal do município, a O'Connell Street. A cidade é dividida em bairros e regiões. As regiões são numéricas. No centro da capital, há um monumento chamado Spire (sua história é bem interessante, falarei num futuro post) que divide a cidade em números pares e ímpares. De um lado, há Dublin 1, 3, 5, 7, em diante. Do lado oposto, estão Dublin 2, 4, 6... Mas, atenção (!), morar em Dublin 8 não significa necessariamente estar mais longe da O'Connell que em Dublin 6, por exemplo. A divisão geográfica da região é mais complexa do que a linha crescente dos números ordinais.

Anne e José Carlos (o Aparecido), ex-companheiros de home

Nesses primeiros 14 dias, dei entrada na papelada burocrática necessária para que meu visto de estudante de um mês se estenda para um ano. Nos próximos dias, vou à imigração acertar os detalhes finais disso e conseguir o tal carimbo no passaporte. Também abri uma conta no Bank of Ireland e tirei meu Personal Public Service Number (N. PPS), que é algo como um CPF no Brasil. É com ele que um indivíduo tem registro na Irlanda, tendo, assim, possibilidade de ser obter emprego, usufruir do serviço público de saúde e benefícios de assistência social, entre outros serviços públicos nacionais.

Na última terça-feira, me mudei para uma casa em Dublin 9 - de onde escrevo agora. A residência fica em um condomínio fechado e é umas três vezes mais distante, mas me mudei porque meu prazo na casa anterior havia expirado. Por indicação de um conhecido brasileiro, conheci a minha atual acomodação, que divido com uma mexicana e três brasileiros. Minha intenção é num futuro próximo ir para um apartamento (ou casa, claro) morar apenas com estrangeiros. O objetivo-mor dessa viagem, afinal, é aprender inglês.

Os flatmates Tereza (mexicana), Silas, Danilo (que passou a vaga na casa pra mim), Italo e Guima. Os caras são brasileiros. O último deles, baiano, pra variar.


Brazilian a lot!
Logo no dia seguinte à minha chegada em Dublin fui a escola de inglês Grafton College fazer a inscrição presencial, o teste de nivelamento e já começar as minhas aulas. Fiquei no nível intermediário, o que condiz com o tempo de curso que fiz no Brasil, estou praticamente continuando onde parei. Na classe, cerca de 10 brasileiros, um coreano e um italiano travam, três horas por dia, uma batalha para deixar seu idiomas pátrios de lado e entender, descobrir e internalizar o inglês. A escola oferece, além de curso de inglês para estrangeiros, cursos de graduação de viagens e turismo, negócios, informática, contabilidade, estudos da lei, entre outros.

Ficou espantado com o número de brasileiros na sala? Depois do inglês, o português é o idioma oficial do lugar. Mas não só na Grafton. Brasileiros estão em toda parte. No início me espantava ao ouvir palavras em português na rua, hoje em dia, já acho comum. Realmente é. Outro dia fui lanchar numa Burguer King e ao pedir o sanduíche do "number 8" e querer saber se já viria com refrigerante pensei alto - ou seja, acabei falando, mesmo que em baixo volume:
- Como é refrigerante em inglês mesmo?
- Refrigerante é soft drink, senhor. - respondeu a antendente, caindo na risada. Era mais uma brasileira no meu caminho. Aliás, também de Salvador.

ps1.: agora que já tenho laptop - comprado por um preço 50% menor que o oferecido no Brasil -já posso voltar a postar uma ou duas vezes por semana, como sempre procurei fazer aqui.
ps2.: conheci lugares incríveis nas redondezas de Dublin. O Malahide, ainda nesse condado, e Bray, litoral do condado de Wicklow. Falarei deles em breve.

Até mais!

4 comentários:

  1. Vou esperar ansiosa por mais notícias! Todos estamos torcendo por você nesta casa, e creia tudo vai dar certo, afinal " quem acredita sempre alcança" como diz o grande Renato Russo.
    (OBS: Você já esta alcançando) Beijoos :*

    ResponderExcluir
  2. Esses primeiros contatos devem ser os mais tensos e, também, os mais deliciosos! Mal vejo a hora de viver tudo isso...e eu hei de viver, com fé!
    Torce por mim que eu to torcendo por vc!
    =]

    Vou ficar ligada nas novidades aqui!

    Beeeeeijo!

    ResponderExcluir
  3. Brasileiro é tipo uma praga na lavoura, uma vez contaminando, se alastra rapidamente rsrsrs

    ResponderExcluir
  4. Brasileiro é uma praga msm, né? ô povo que adora se espalhar pelo mundo! heuheeuheehe

    bjos!

    ResponderExcluir