sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Jornada épica marca revolução no cinema

Após 15 anos de idealização de James Cameron, o diretor de Titanic, Avatar chega as telonas amanhã. Com alta tecnologia desenvolvida especialmente para a produção, o filme deve marcar o desenvolvimento de ponta da animação em cinema


A ganância do homem por riqueza - tão antiga quanto a própria humanidade – versus o amor ao próximo, a natureza e aos direitos alheios. Esse é o principal eixo das tramas cinematográficas hollywoodianas. O antagonismo entre o bem e o mal, afinal, rege o mundo. Mas atrelar isso a um enredo de aventura espacial, com imagens espetaculares concebidas através de efeitos visuais de ponta pode ser o grande diferencial – mas, claro, não garante o sucesso de um filme. Pois bem, é exatamente isso que torna o longa Avatar arrebatador: uma revolução em imagem nas telonas e um enredo épico onde a natureza tem lugar de destaque. Com direção, roteiro, produção e edição de James Cameron (“Alien”, “Exterminador do Futuro” e “Titanic”), a tão aguardada película estreia mundialmente amanhã.

Foram 15 anos de idealização e quatro de produção. Quando Cameron começou a escrever os primeiros rabiscos da saga, não havia tecnologia suficiente para que aquilo pudesse ganhar as telonas. Algum problema para o diretor? Nenhum. A equipe dele junto aos animadores da WETA Digital (vencedora de Oscar por efeitos visuais) criaram a aparelhagem necessária para tornar real a fantasia. Estima-se que tenham sidos gastos na superprodução cerca de U$240 milhões e mais U$260 milhões no emprego de novas tecnologias, marketing e pós-produção – o maior orçamento da história da 7ª arte. Resultado: James Cameron, vencedor de mais de uma dezena de estatuetas do Oscar, declarou ser este o filme mais desafiador que já fez.

Com o objetivo de manter aparências semelhantes aos dos atores, mas sem querer que eles atuassem com maquiagens, Cameron utilizou o método de captura de performance em que as limitações das próteses, por exemplo, são superadas. A computação gráfica se encarregou de criar efeitos como o alargamento do diâmetro e afastamento dos olhos, o afilamento dos corpos, deixando-os com pescoço mais longo, estruturas muscular e óssea diferentes, mãos com têm três dedos, além de uma pele azul translúcida. Através dessas nuances altamente refinadas, a vivacidade dos personagens se tornou única, inédita, com expressões faciais e corporais bem mais reais que os filmes produzidos até esta data.

Além da magnitude na qualidade das imagens, a essência da história valoriza a natureza não só em cores e na diversidade de plantas e animais fantásticos, mas na crença de um povo unido a ela intimamente. O ano é 2154 e Jake Sully (Sam Worthington) é um ex-fuzileiro naval que, sobre uma cadeira de rodas, vai cumprir uma missão no planeta Pandora de ajudar a desvendar os segredos de um povo chamado Na´vi, a 4,4 anos-luz da Terra. Mas o ar desse lugar é tóxico e o Programa Avatar é criado para que os humanos sobrevivam nessa terra em avatares, corpos que mesclam o DNA humano com o DNA dos nativos. É assim que Jake se infiltra no clã daqueles que vivem sobre um reservatório do valioso minério unobtanium.

Ao compreender e se sensibilizar com o modo peculiar de vida do povo, tornando-se um deles, Jake ainda se apaixona por uma Na´vi e tem os sentimentos transformados, voltando-se contra os planos de destruição do habitat extra-terrestre. Assim, ele tenta evitar um conflito entre civilizações que pode destruir um mundo inteiro. Fazem parte do elenco também Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang e Michelle Rodriguez.

Estratégias de marketing e o desenvolvimento a sete chaves da trama criaram um alarde no público maníaco por ficção, computação gráfica e efeitos especiais, enfim, nos fãs de tecnologia. O ponto positivo é que a bilheteria deve responder muito bem a isso, porém, o ponto negativo é que grandes expectativas podem gerar grandes frustrações. Suposições à parte, fato mesmo é que uma herança tecnológica será deixada. E Cameron já avisou, a depender da repercussão da película, ele se compromete em fazer duas continuações.


*matéria originalmente publicada em 17.12. 2009 na Tribuna da Bahia
*fotos de divulgação

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