sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vôo solo de Manno Góes

O baixista e compositor dos maiores hits do Jammil e Uma Noites, Manno Góes, retornou semana passada dos EUA, onde gravou parte do seu primeiro CD solo de pop rock. A produção do álbum envolveu grandes nomes da música contando com o aval da banda, que não vai perdê-lo, já que ele garante: “sou um cara de banda”



Depois de nove dias em Los Angeles (EUA), Emmanuel Góes Boavista desembarcou em Salvador no último dia dois de julho. Após compromissos, como definição de repertório de um próximo trabalho e shows em Porto Velho/RO (quinta), Curvelo/MG (sexta) e Colina/SP (sábado), ele embarca para o Rio de Janeiro na próxima segunda-feira, dia 13. Correria? Sim. Mas é disso que o baixista e principal compositor da banda Jammil e Uma Noites, mais conhecido simplesmente como Manno Góes, parece adorar. Inquieto e com uma atitude a mais para dizer o que pensa do que comumente se vê entre artistas de axé, ele fala à Tribuna da Bahia sobre seu CD solo.


O ponto inicial e o final desse pequeno trecho da agenda citada acima são momentos especiais para o músico que deixou de lado sua banda por alguns dias para deleitar-se sobre um bel prazer. A entrevista foi feita por telefone, mas a empolgação era perceptível através da voz de Manno que não demonstrou cansaço. Pelo contrário, ele está ávido por concretizar suas idéias. Uma delas teve início há dois anos, mas só agora sai do papel. Pela primeira vez ele solta a voz em um projeto só seu (quer dizer, sem a companhia dos rapazes do Jammil) e encara a gravação de um CD solo, explorando o pop rock. Vertente que já rendeu frutos através de composições suas gravadas, por exemplo, pelo Biquini Cavadão, como “Dani” e “Em Algum Lugar No Tempo”.


“Desde que renovei o contrato como compositor exclusivo da EMI, há dois anos, surgiu a idéia de fazer um trabalho saindo da idéia de Carnaval”, lembra. Entretanto, a agenda de compromissos com o Jammil atrasou um pouco essa possibilidade que, após o aval da banda, foi levada para frente. Ele faz questão de frisar que não tem pretensão nenhuma de sair do grupo e que não é cantor, é compositor. “Esse é um projeto paralelo, não é um disco de carreira. Sou um cara de banda e não me vejo fora disso”, diz, admitindo que nunca foi muito disciplinado com a voz.


Convidado por Manno, o músico que já está acostumado a tocar com o Jammil, Torcuato Mariano, assumiu a produção musical do álbum. Daí para ter o lendário baterista John Jr Robinson tocando em seu CD foi um passo. Ou melhor, dois. Torcuato o apresentou a Moog, que se tornou o técnico de som do disco, e este o indicou a Robinson. O “batera” é um dos mais festejados do mundo. Ele já tocou com Michael Jackson, Stevie Wonder, Quincy Jones, Paul McCartney, Lionel Ritchie, James Taylor, dentre outros. Moog, aliás, também é muito solicitado. O brasileiro é famoso por suas gravações com astros como Celine Dion, Madonna e Paul McCartney.


Entretanto, para gravar com Robinson, Manno conta que teria que ir ao estudo NRG de Los Angeles, Estados Unidos. Colocando as contas no papel percebeu que valeria à pena e a satisfação em gravar com um músico desse porte falou mais alto. “Moog disse que ele faria um preço legal e pronto, topei. (...) Quando alguns bateristas aqui da Bahia souberam que eu ia gravar com ele, me ligaram pediram pra eu tirar foto, pra filmar. O cara é um ídolo”. Então, passou quatro dias em estúdio gravando oito faixas do disco.


“É aquilo, tocar o que escrevi. Tive muita liberdade na escolha do repertório. Dentro de estúdio você se sente mais à vontade. Sempre componho um tom a mais que Tuca canta, aqui não precisei mudar nada, canto no tom que compus.” Em passagem pelo Rio de Janeiro, na próxima semana, ele se reúne com amigos da cena pop rock nacional para finalizar o trabalho. Entre eles estão: Coelho, guitarrista do Biquini Cavadão, Yves Passrel, guitarrista do Capital Inicial, George Israel, saxofonista do Kid Abelha , além de Beto Espínola, guitarrista da Jammil e Uma Noites.

No repertório, 12 músicas no total, sendo que “oito são inéditas até pra mim. Vamos mixar em agosto e em setembro deve sair”, fala. Sobre o lançamento, Manno ainda não faz muita idéia de como vai acontecer, nem se vai fazer shows baseados no disco. “É engraçado isso, o escritório tem recebido pedidos de shows meus, sem nem estar com o CD pronto ainda. Acho que só o tempo vai dizer”. Há uma possibilidade de o músico disponibilizar em seu site (que está sendo criado) as músicas do álbum simultaneamente a chegada dele nas lojas, mas isso vai depender da EMI. Além disso, ele não pode afirmar se essa circulação seria gratuita. “Eu posso liberar minha parte como artista, mas tenho que ver com a EMI, a editora, que não costuma fazer essas coisas”. O hitmaker (escritor de sucessos radiofônicos) alerta mais uma vez: “é um disco de compositor”.


*matéria originalmente publicada na edição da Tribuna da Bahia do dia 09.07.09
** foto de divulgação

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