terça-feira, 26 de abril de 2011

No interior da Ilha Esmeralda há opções de passeios para mochileiros de plantão

Finalizando o artigo sobre a Irlanda, segue a quarta parte da matéria publicada pelo A Tarde, no Caderno de Turismo, dia 10 de março de 2011.
Além da reportagem escrita, assino também as fotos.

Embora não falte diversão em Dublin, quem for à Irlanda tem que pôr o pé na estrada. O Condado de Wicklow, por exemplo, é ótima opção para mochileiros dispostos a trilhas que podem chegar a 15 quilômetros numa caminhada a quase 500 metros de altitude com classificação máxima de dificuldade.

Em uma única excursão de ônibus, o visitante que não está disposto a andar tanto, pode conhecer Glendalough e Killkenny em um só dia por cerca de 25 euros. Com saída diária de Dublin, os caminhos passam também pela Brownshill Dolmen, a entrada da tumba megalítica com fama de ser a mais pesada da Europa, comcerca de 100 toneladas, erguida entre 4000 e 3000 anos a.C. O último destino é a cidade de Killkenny.

Cultura medieval
Lá, a Black Abbey, igreja fundada em 1225 pelo conde de Pembroke, e a Catedral de Saint Canice, que levou 83 anos para ficar pronta no século 18, são abertas ao público. Os jardins e campos nos arredores do Castelo de Killkenny valemumaparada para descansar antes do visitante entrar na construção do século 17 e imergir em mais cultura medieval. A entrada custa seis euros.

Nas redondezas de Dublin, lugares tão belos que viraram cenário de cinema

Para quem preferir explorar apenas Dublin e proximidades, há três lugares imperdíveis nas redondezas. O Malahide Castle, ao norte de Dublin, é o principal deles. Erguido em 1185, o castelo é um dos mais antigos do país, residência de uma única família (Talbot) por 791 anos.

Casas de veraneio
O visitante tem acesso livre ao térreo da construção. Quem vai ao castelo também pode circular livremente por um parque infantil, alguns campos de futebol, de futebol gaélico e de rugby e trilhas entre bosques.

Na ponta da Península de Dublin, há uma área chamada Howth, reduto de casas de veraneio e vila de pescadores. O que à primeira vista pode parecer apenas uma região de praias pedregosas com um cais (com lugares não tão interessantes comparados às belezas da costa brasileira), esconde caminhos com belas paisagens.

A cinco quilômetros do aeroporto, trilhas podem ser feitas entre montes que possibilitam uma panorâmica vista do porto e do sul de Dublin. Em quatro horas de caminhada, o visitante pode percorrer até 10 km, chegando a 240 metros de altitude, numa trilha pela costa. Com um pitoresco farol, torres e luxuosas casas no caminho, o visitante ainda se depara, a depender da estação, com imensas plantações de frutas vermelhas.


Visão deslumbrante
Já a quase 30 km ao sul de Dublin (norte do Condado de Wicklow), Bray éumantigo destino de férias dos ingleses. Hoje, a região é roteiro obrigatório para uma rápida caminhada ao cume do monte chamado de Bray Head. Uma subida de 30 minutos resulta em uma visão de tirar o fôlego. Uma ótima opção éuma parada para tomar sorvete por cinco euros em uma das tantas tendas de doces espalhadas pela praia.

Conhecido pelas telas dos cinemas por ter sido cenário dos filmes P.S. Eu Te amo e Coração Valente, os campos do Condado de Wicklow também guardam uma parte da história antiga da Irlanda.

Construções monásticas
No Vale de Glendalough, construções monásticas do início do período medieval foram destruídas em 1398 por tropas inglesas. Entretanto, uma torre e ruínas do século 6 foram conservadas. Na região, grandiosas casas e a vegetação que encobre as montanhas dão um clima bucólico à paisagem.

*Acesse mais fotografias da Irlanda no blog: http://turismo.atarde.com.br

terça-feira, 19 de abril de 2011

Batatas e frutos do mar com doses de whisky e muita cerveja


A seguir, o quarto e último post como parte da matéria publicada pelo A Tarde, no Caderno de Turismo, dia 10 de março de 2011.
Além da reportagem escrita, assino também as fotos

IRLANDA Por toda a ilha a gastronomia tem “pitacos” das cozinhas inglesa e escocesa

DIMAS NOVAIS
Dublin, Irlanda

Batatas são a base da comida irlandesa. Amassadas, cozidas, grelhadas ou fritas e nos mais diversos formatos elas são presença certa nos cardápios. Algumas vezes não são nem citadas – são informação implícita num menu irlandês.

Curiosamente, o prato típico de maior destaque do país é o café-da-manhã. Por cerca de oito euros, pode ser encontrado em qualquer canto da Irlanda o Irish Breakfast – riquíssimo em calorias. O menu é farto e vem com salsicha, bacon, ovos fritos, feijão (doce), pudim de sangue de suínos ou bovinos, cogumelos e cebolas fritas, além de torradas, chá ou café.

Amassadas, cozidas, grelhadas ou fritas e nos mais diversos formatos, as batatas estão no cardápio irlandês

Por toda a Irlanda, refeições não variam muito de preço, mas dificilmente uma pode ser encontrada por menos de 10 euros. Entre 12 e 15 euros, apenas pelo prato principal, é possível almoçar, por exemplo, ensopado de carne de porco, peixe, “colcannon” (prato feito com batata e repolho), ou, simplemente, o famoso “Fish & Chips”, típico prato inglês compeixe frito e batatas fritas.

Com simplesmente 213 anos de funcionamento, o Johnnie Fox's é autointitulado o mais “alto” pub do país, localizado nas montanhas do Condado de Dublin, a 25 km da capital. Com uma notável variedade de pratos do mar (são mais de 10 opções apenas de salmão defumado), o ambiente oferece também shows típicos de dança e música todas as noites.7

Móveis, utensílios, peças de roupas, bibelôs, fotos e pinturas acumulados em dois séculos dão um ar de antiquário ao pub. O cardápio da casa apresenta valores entre 10 e 24 euros pelo prato principal. Um ônibus especial sai do Shelbourne Hotel (no centro de Dublin), diariamente às 18h35, em direção ao Johnnie Fox's por um custo de cinco euros, o trecho.

Gosto por cervejas
As bebidas são um assunto à parte na cultura local. Sem tanta sofisticação nos pratos tradicionais, os irlandeses desenvolveram gosto por cervejas e whiskeys – com “e” tem origem irlandesa, e sem, escocesa.

Criada em 1759, a Guinness é a prata da casa, predileção da população local. De cor preta e um forte sabor característico de queimado, derivado do uso de cevada não maltada e torrada, a cerveja é servida geralmente como chope, apesar de ser comercializada também em garrafa e lata. Com uma forma específica de ser servida – primeiro ¾ são postos no copo, depois de alguns minutos ela é completada –, a bebida tem uma cabeça densa e cremosa, resultado da mistura com nitrogênio.

De cor preta e um forte sabor de queimado, sua marca, a cerveja Guinness é uma preferência nacional.

Para divulgar o que está por trás da história de sucesso da companhia, a Guinness montou uma grandiosa e moderna estrutura na própria fábrica para receber visitantes. Informações sobre distribuição em outros países, curiosidades sobre fabricação da cerveja estão espalhadas pelos seis andares da Guinness Brewery,umadas mais disputadas atrações turísticas de Dublin.

No último piso, em um ambiente com paredes de vidro, encontra-se o Gravity Bar, onde é oferecida uma “pint” (leia-se paint, copo de chope irlandês) da cerveja a cada visitante. A ideia é fazer com que cada um desfrute da bebida com uma vista panorâmica de 360 graus da cidade.

Os irlandeses servem a Guinness com estilo: põem ¾ no copo e só depois de alguns minutos completam a dose

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Construções seculares nas trilhas verdes dos condados

Nas próximas linhas, a terceira parte da matéria publicada pelo A Tarde, no Caderno de Turismo, dia 10 de março de 2011.
Além da reportagem escrita, assino também as fotos.

IRLANDA Quem sai de Dublin em direção ao interior encontra vestígios da história e da cultura celta nos mais belos cenários do país


DIMAS NOVAIS
Dublin, Irlanda

Ocupando, no mapa, uma área oito vezes menor que o Estado da Bahia, a Irlanda possui uma das mais belas paisagens banhadas pelo Oceano Atlântico. Os Cliffs of Moher são falésias localizadas no oeste do país, a 265 km de Dublin, três horas de ônibus. Por oito quilômetros, penhascos com alturas que podem chegar a 214 metros margeiam parte da costa do Condado de Clare. Da Torre O'Brien, construída em 1835 em um dos pontos mais altos, a grandiosidade da visão é ainda maior.

Para chegar ao destino mais visitado do interior da Irlanda, há passeios de ônibus saindo de Dublin comtarifas entre 40 e 50 euros (transporte e guia). O preço pode parecer salgado, mas os guias costumam enriquecer o passeio com histórias e lendas da nação, além de cantarem e tocarem nas paradas um pouco de música celta.

Outra opção é sair de Galway, maior cidade da região oeste, onde é possível pagar 15 euros (crianças, estudantes e acima de 65 anos) ou 20 euros (adultos). Nesse caso, vale a pena reservar um outro dia para conhecer Galway, a terceira maior cidade do país, que abriga a imponente Cathedral of Our Lady Assumed into Heaven and St Nicholau e a Latin Quarter, quarteirão de efervescente vida noturna.

No caminho, um dos principais pontos de parada é o Parque Nacional Burren, sítio repleto de rochas calcárias com fissuras, paraíso para apreciadores de geologia. O Castelo de Dunguaire é outro belo cenário para ser apreciado antes dos Cliffs. Edificado em 1520 pelo clã O'Hynes nas margens pitorescas da Baía de Galway, está aberto diariamente para os visitantes entre abril e outubro.

Chamada por Oscar Wilde (um dos maiores representantes da literatura irlandesa) de lugar de beleza selvagem, Connemara (Condado de Galway) abriga um dos castelos mais imponentes do país, o Kylemore. Por uma taxa que varia entre 7 e 12 euros (a depender da idade e estação do ano), o visitante tem acesso a uma região cujo destaque é a construção datada de 1867, que até hoje guarda os detalhes luxuosos da vida que levavamos duques de Manchester, ex-moradores do castelo.

Entre outros espaços abertos aos viajantes estão a Abadia, a Igreja Gótica, o Victorian Walled Gardens (jardim de dois hectares e meio, único na Irlanda localizado em um pântano); o Ateliê de Cerâmica, o Restaurante e o Quarto do Chá, bem como os lagos Pollacappul e Maladrolaun, além de um bosque disponível para passeio. Esse destino fica no extremo oeste do país, a 80 km de Galway.


Castelo de celebridades
Pagando entre 40 e 50 euros por um passeio de ônibus, compartida de Dublin, o turista opta por conhecer também a província de Connacht, município de Cong, onde a Cong Abbey é um dos destaques. Fundada no século VII, a abadia resistiu a um incêndio no século XII e à invasão do rei normando William de Burgh, em 1203. Mas a pérola do lugar é o Castelo de Ashford, edificado em 1228.

Abrigando atualmente um hotel de luxo, da rede Leading Hotels of the World, com diárias entre 295 e 650 euros, o lugar já foi habitado por uma única família real por três séculos e meio, e, depois por barões. Utilizado como locação do clássico filme The Quiet Man (Depois do Vendaval, no Brasil), de John Ford, em 1952, estrelado por John Wayne, o castelo já hospedou John Lennon e George Harrison, o ex-presidente dos EUA Ronald Reagan e atores como Brad Pitt e Pierce Brosnan.


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terça-feira, 5 de abril de 2011

À noite, Dublin ferve comos pubs. De dia, abre seus prédios históricos

Neste post, a segunda parte da matéria publicada pelo A Tarde, no Caderno de Turismo, dia 10 de março de 2011.
Além da reportagem escrita, assino também as fotos.

Baile Átha Cliath, no idioma irlandês, e Dublin, em inglês, a capital irlandesa, cidade de um milhão de habitantes, ferve à noite, principalmente no Temple Bar com seus centros culturais, restaurantes e pubs.

Atravessando o rio Liffey, que divide a cidade em Norte e Sul, chega-se na O'Connel Street, principal rua de Dublin. Nesse centro comercial, localiza-se o ponto central da cidade, o Spire, uma espécie de agulha gigante feita de aço inoxidável, com mais de 120 metros de altura.

Com o Luas (bonde), o Daft (trem) e a linha de ônibus da cidade, o transporte público é utilizado em massa por todas as classes econômicas, permitindo uma livre circulação nas ruas sem congestionamentos.

Entre as atrações turísticas, destaca-se a Trinity College, mais antiga universidade da Irlanda, fundada em 1592 pela Rainha Elizabeth I.

Ao lado da Trinity College está a Grafton Street, concorrido centro turístico de compras, onde lojas e shoppings disputam espaço com restaurantes, lanchonetes e lojas de souvenirs. Nas proximidades, prédios antigos e modernos, um notável retrato da história arquitetônica da nação. Na Área Medieval estão Christ Church, o Castelo de Dublin e a Catedral de Saint Patrick.

Entre os museus da capital, os destaques são os Museus Nacionais (todos gratuitos). Já para uma apreciação das recentes edificações da cidade, vale ir às áreas Dublin 1 e Dublin 4.

Perto do porto estão o Grand Canal Theatre, a roda-gigante de Dublin (mesmo modelo da londrina) e a famosa casa de shows O2, que tem sedes também em Londres e Berlim.

O forte traço cultural influencia até no gosto pelo esporte

A Irlanda tem uma história rica que não passa ao largo do cotidiano agitado regado a cerveja bem consumida nos estádios. Após os celtas, guerreiros da Era de Ferro, povoarem o país, os vikings invadirama região no século 8, fundando Dublin no século 10. Em 1169 foi a vez dos ingleses dominarem a região. Parte do Reino Unido até 1922, a Irlanda se transformou em Repúblicada Irlanda somente em 1948 deixando o Estado Britânico.


Com duas línguas oficiais, o irlandês (herança celta datada de 300 anos a.C.) e o inglês, o país tem dois nomes oficiais: “Éire” e “Ireland”. De maioria católica, a Irlanda não engloba todos os condados dailha irlandesa. Seis, dos 32 no total, constituem a Irlanda do Norte,domínio do Reino Unido, até hoje, de religião oficial protestante. Em 1955, a República da Irlanda integrou as Nações Unidas e 17 anos mais tarde, a União Europeia.


Futebol
Da origem celta, os irlandeses herdaram o gosto pelo hurling, jogo parecido com o hóquei. O futebol é favorito, mas a torcida é por times ingleses como Chelsea e Manchester United.

*Acesse mais fotografias da Irlanda no blog: http://turismo.atarde.com.br