quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O sol de Shakira está chegando...

De Dublin, Irlanda

“Loca” na música, “loca” na dança, ela realmente enlouquece o público. Na noite da última quinta-feira, Shakira, a cantora latina de maior visibilidade do mundo pop, da atualidade, levou sua mais nova produção ao palco da Arena O2 da capital irlandesa, Dublin. E se ao lado de fora, a temperatura beirava os zero graus Celsius, o calor interno da casa, lembrava mesmo o do astro rei. Apresentando o disco “Sale el Sol” (“The Sun Comes Out”, na versão em inglês do CD), lançado em outubro, ela provou que seus quadris não mentem ao entoar hits como “Waka Waka” e “Loca”, seu atual single. A seguir, o repertório que a cantora deverá levar a pelo menos três cidades brasileiras no próximo ano.

Do álbum “Pies Descalzos” (1996), Shakira resgata a canção “Pienso em Ti” para abrir seu novo repertório. Ela inicia o show já em contato direto com os fãs andando entre o público em direção a uma passarela, extensão do palco. Ao tirar a camada de roupa que a envolve fazendo-lhe parecer uma rosa, a colombiana, enfim, deixa suas curvas à mostra. E é com “Te Dejo Madrid” e “Whenever, Wherever” que ela começa a esquentar o espetáculo.


Uma parada para um tom romântico se inicia com “Inevitable”, na qual toca violão. “Uma das canções mais especiais que já compus”, confessa. Soltando um clima de paixão ardente no ar, “Despedida” e “Gipsy” são tocadas envoltas por um som acústico fazendo o público delirar com a perfomance à la cigana da cantora com um dos músicos.

“La Tortura” e “Ciega, Sordomuda” fazem os fãs dançarem novamente – guardando, aqui, as devidas proporções de como os europeus reagem timidamente às canções enérgicas. Mas latinos presentes animavam contagiosamente a plateia. E é após esse momento que toques de superprodução começam a tomar o show. O telão de alta resolução se divide ao meio, uma gigante escultura em forma de uma face humana se sobressai e é através dela que os maiores efeitos visuais são projetados. Com a faixa “Sale el Sol” , Shakira sugere que o sol aparece quando menos se pensa, diz a letra da canção.

“Loca”, “She Wolf” e “Ojos Así” são um dos mais quentes blocos do concerto. Mas é no bis, após retornar ao palco, que o ápice acontece com “Hips Don’t Lie” e “Waka Waka”. Antes da canção inspirada na África ser entoada, um vídeo é exibido mostrando crianças do continente dando declarações do que querem para suas vidas. Frases como “quero ser engenheiro”, “quero ir à escola” e simplesmente “quero ser eu mesmo” dão o tom de solidariedade que, afinal, a música propõe ao dizer: “esse é o momento da África”. Ao final do hit, sob chuva de papel picado fluorescente a cantora, então, se despede do público.


“Why Wait”, “Nothing Else Matters” (cover do Metallica), “Underneath Your Clothes”, “Gordita” e “Las de La Intuicion” completam o setlist da turnê, além de “Antes de las Seis” e “Si te vas”, que esporadicamente ficam de fora em algumas apresentações.

Ápice da carreira
Apesar de todas as milimetradas falas e marcações de palco, Shakira consegue dar espontaneidade à sua performance, diferente de cantoras mais engessadas em seus shows como Beyoncé e Rihanna. Aliás, foi seguindo a linha dessas cantoras contemporâneas, que no momento mais pop da carreira, em 2009, Shakira, lançou o “She Wolf”. O disco, inovador em sua linha musical até então, agregou um público diferente à sua carreira, mas afastou os que se identificavam com o som dos álbuns passados. Após experimentar essas batidas, ela voltou a apresentar, embora não completamente, os tons e sotaques que lhe abriram as portas para o mundo: a música latina.

Trazendo consigo os tais raios solares de latinidade, Shakira conseguiu emplacar uma carreira muito bem-sucedida fora do contigente da língua hispânica. Nessa semana, seu álbum completa oito semanas como o mais vendido de música latina e o hit “Loca” lidera o ranking das músicas dance mais tocadas, segundo a Billboard.

Dando continuidade ao que outras já haviam feito (destaque para a cubana Gloria Estefan), a colombiana está embalada pelo recente sucesso de “Waka Waka”, canção oficial da FIFA na última Copa do Mundo. Provavelmente em função disso, seu último disco foi o mais rapidamente produzido de sua carreira. Na turnê atual, ela se apresenta em cerca de 20 países entre América e Europa. Embora as datas para o Brasil ainda não tenham sido confirmadas pelo site oficial da cantora, a imprensa brasileira já divulgou que ela será atração do Pop Music Festival realizado no país em março de 2011. Porto Alegre, dia 13, Brasília dia 16 e São Paulo, dia 19, são as datas até o momento. Um show no Rio de Janeiro está sendo negociado, segundo informações do Portal Ig.


*matéria originalmente publicada em 18.12. 2010 na Tribuna da Bahia
*fotos de Dimas Novais e Cristiano Mota
* texto de Dimas Novais

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